Até inventar essa viagem, eu nem sabia onde ficava Laos no mapa.
Laos é bastante isolado do mundo. A atividade primária prevalece, sendo o arroz o principal produto de comercialização. Há também o cultivo ilegal de ópio.
Luang Prabang é o principal destino turístico do Laos. O que me levou à cidade, antes de tudo, foi a mundialmente conhecida Ronda das Almas. O ritual que acontece diariamente é de arrepiar.

Todas as manhãs, centenas de monges deixam mais de uma dezena de templos e saem em fila indiana pelas ruas de Luang Prabang para arrecadar doações, principalmente alimentos. O mais incrível é que essa tradição faz parte do cotidiano da cidade e você percebe que a vila toda acorda cedo, se ajoelha nas calçadas no aguardo dos monges em seus trajes típicos. O ritual começa por volta das 6h e dura apenas 15 minutos.
Nosso hotel ficava bem na praça central por onde os monges passam e logo cedo estávamos lá para assistir o ritual. Com a fama que ganhou pelo mundo, a Ronda das Almas acabou virando atração turística. Mas é preciso lembrar, antes de tudo, que esse é um momento religioso, um ritual budista.
Tenha respeito. Mantenha silêncio. Procure manter distância. Não fotografe com flash. Vista-se adequadamente, principalmente mulheres que devem cobrir ombros e joelhos. Jamais toque em um monge.
Nesta mesma rua acontece todas as noites o Night Market, com dezenas de bancas de artesanato e produtos locais. Impossível não se render aos preços baixíssimos.
Tem barracas de comida por todo lado. Algumas de aspecto bem saboroso, outros nem tanto. A comida sempre tem um ardidinho de pimenta, então, fique atento. A higiene passa longe. Muitos legumes, arroz, frutas e frango. Essa é a base da comisa em quase todo sudeste asiático.
Por conta do feriado do Ano Novo Chinês, a cidade estava lotada. Confesso que choquei com a falta de educação de alguns chineses. Eles não respeitam as regras locais em quase nada. Flashs na cara dos monges, passam na frente, cospem em qualquer lugar e simplesmente não entendem outra língua, nem o inglês mais básico. Talvez seja algum aspecto cultural deles que eu desconheça, mas pareceu falta de educação para os nossos padrões aqui.
Fui numas cachoeiras de água cristalina, chamada Kuang Si Waterfall. Muito lindo o local, acho que vale a pena conhecer. Um taxi ou tuk tuk leva você lá em meia hora mais ou menos e custa pouco.
Laos tem menos budistas que Myanmar ( 60%) e templos mais modestos.
Aqui cumprimentam fazendo aquele gesto de gratidão e inclinando a cabeça.
Mas o que mais nos marcou em Laos foi a pior e melhor experiência da viagem quanto a hospedagem. Tínhamos reserva feita pelo booking.com e nunca me aconteceu fazer uma reserva, chegar no hotel e estar “desreservado”. Ficamos em choque, pois a cidade estava lotada por conta do feriado chinês.
Diante do nosso pânico, a moça do hotel conseguiu uma reserva num hotel que ainda não havia sido inaugurado. Não tínhamos opção. Custaria três vezes mais, mesmo com desconto. Fazer o quê? Encarar!
Para nossa surpresa o Hotel Azerai era magnífico. Tudo de primeiríssima qualidade, conforto, café da manhã (pra você ter uma idéia, com queijo brie e presunto parma :)), atendimento, limpeza, localização, tudo sem defeito.